Karma Police - Gianni and Sarah (Radiohead Loop Cover)

Trecho: Persona, Ingmar Bergman

O inútil sonho de ser. Não parecer, mas ser. Estar alerta em todos os momentos. A luta: o que você é com os outros e o que você realmente é. Um sentimento de vertigem e a constante fome de finalmente ser exposta. Ser vista por dentro, cortada, até mesmo eliminada. Cada tom de voz, uma mentira. Cada gesto, falso. Cada sorriso, uma careta. Cometer suicídio? Nem pensar. Você não faz coisas desse gênero. Mas pode se recusar a se mover e ficar em silêncio. Então, pelo menos, não está mentindo. Você pode se fechar, se fechar para o mundo. Então não tem que interpretar papéis, fazer caras, gestos falsos… Acreditaria que sim, mas a realidade é diabólica.

(Persona – Ingmar Bergman)

"O Tempo Sentiu Inveja"

Às vezes parece que o tempo sentiu inveja de Brigitte Bardot, Anna Karina, Greta Garbo, Elizabeth Taylor,  Audrey Hepburm, Jane Birkin etc.

Então, ele resolveu passar depressa roubando assim suas juventudes e consequentemente um bom pedaço de suas belezas, somente (no máximo) as deixando com a fofura da velhice. Diferentes de Marilyn Monroe ou Edie Sedgwick, que morreram ainda jovens, e não deram brechas a nós para assistir o que a passagem do tempo faria às suas fisionomias.

Marilyn Monroe e Edie Sedgwick

 Acompanhe então a mudança e o desgaste que o tempo fez em dez grandes estrelas, uma por uma:

Brigitte Bardot 

Nascida em 1934, em Paris, foi atriz e cantora. Considerada um dos grandes símbolos sexuais dos anos 50 e 60, mundialmente conhecida por suas iniciais "BB". Chegou até a trabalhar com diretores conceituados como Jean-Luc Godard (em O Desprezo).

Jane Birkin

Nasceu em Londres no ano de 1946, cantora e atriz, gravou com Serge Gainsbourg, um de seus maridos e com quem teve uma filha (a também cantora e atriz Charlotte Gainsbourg), uma das músicas mais sensuais de todos os tempos, "Je T'aime Moi Non Plus", música essa que virou hit, chegando a ser condenada pelo Vaticano e proibida em alguns países (inclusive no Brasil).

Anna Karina

Nascida em Copenhague (Dinamarca), em 1940, é a principal atriz da Nouvelle Vague (movimento do cinema francês). Começou sua carreira como modelo até conhecer Godard (um dos principais diretores da Nouvelle Vague), com quem casou e passou a atuar nos filmes, tornando-se assim a atriz simbolo desse importante movimento do cinema da França.

Audrey Hepburn

Belga radicada na Inglaterra, nasceu em 1929 e foi uma premiada atriz (ganhou Oscar, Grammy, Emmy e Tony), conhecida internacionalmente por estrelar diversos filmes de sucesso, entre eles Bonequinha de Luxo, Minha Bela Dama, Cinderela em Paris, Guerra e Paz, Sabrina e muitos outros. Morreu na Suíça, em virtude de um câncer no apêndice no ano de 1993, com 63 anos. Em 2009 foi eleita a atriz hollywoodiana mais bonita da história.

Bibi Andersson

Atriz sueca nascida em Estolcomo no ano de 1935, estudou atuação e depois fez parte da "Royal Dramatic Theatre" em Estolcomo. Grande colaboradora do cineastra Ingmar Bergman, estrelou muito de seus filmes, como Persona, O Sétimo Selo, Morangos Silvestres, No Limiar da Vida — o qual lhe rendeu o prêmio de Melhor atriz no Festival de Cannes.

Liv Ullmann

Atriz norueguesa, apesar de ter nascido em Tóquio (Japão) em 1938. Iniciou sua carreira no teatro, migrando depois para o cinema. Um de seus primeiros filmes foi Persona, do grande cineastra Ingmar Bergman, com quem foi casada durante cinco anos e teve uma filha (a escritora Linn Ullmann), e com quem fez dez filmes. Escreveu a autobiografia "Mutações" em 1975, foi nomeada embaixadora especial da Unicef em 1980, escreveu um segundo livro "Opções" em 1985 e tornou-se também diretora de filmes.

Twiggy

Modelo, atriz e cantora britânica, nascida em 1949, é considerada a primeira top model do mundo. Sua leve androginia e sua maquiagem com rímel e cílios postiços, que realçava ainda mais seus grandes olhos, a tornaram (uma it girl) o ícone dos anos 60. De tão magra e pequena era chamada de "graveto" (twig, em inglês), o que daí originou seu apelido, pelo o qual ficou conhecida.

Greta Garbo

Atriz sueca nascida em Estocolmo no ano de 1905, apesar de ser muito solitária e reservada, teve uma carreira meteórica e foi uma das atrizes mais influentes da sua época. Eleita a quinta maior lenda da história da sétima arte pelo "American Film Institute", é considerada atualmente personalidade LGBT. Garbo era bissexual, tendo se relacionado afetivamente com diversos homens e mulheres. Morreu em Nova Iorque, em 1990, aos 84 anos.

Elizabeth Taylor

Nasceu em Londres, em 1932, mudou ainda nova para os Estados Unidos (de onde eram seus pais), assim, era uma atriz estadunidense (norte-americana). Começou sua carreira na infância, evoluindo como atriz e ganhando respeito da crítica. Aclamada como uma das mulheres mais bonitas de todos os tempos, ficou conhecida por seu grande taleto e beleza. Era colecionadora compulsiva de jóias, uma das "grandes" celebridades, cercada por glamour, luxo e fama. Morreu de parada cardíaca no meio de um cirurgia de emergência em 2011, em Los Angeles (EUA).

Bette Davis

Atriz estadunidense, nasceu em 1908, na cidade de Lowell (Massachusetts). Tinha preferência em interpretar personagens antipáticas e era venerada por suas atuações. Considerada a segunda maior atriz de todos os tempos, segundo lista do "American Film Institute". Uma de suas interpretações mais famosas foi a de uma grande estrela da Broadway, Margo, no filme A Malvada. Com mais de 100 papéis (distribuídos entre cinema, televisão e teatro), atuou até pouco antes de sua morte, em 1989, aos  81 anos, por câncer de mama.

Tais Alvarenga - Sai De Casa

Trecho: Um Homem Singular, Tom Ford

Os nazistas erraram ao odiar os judeus, mas o ódio aos judeus não foi sem razão. Mas o motivo não era real. Foi imaginário. O motivo foi o medo.Deixem de lado os judeus por um momento. Pensem noutra minoria, uma que pode passar despercebida, se necessário. Existem minorias de todos os tipos, loiras, por exemplo. Ou pessoas com sardas. Mas uma minoria só é reconhecida como tal quando constitui ameaça à maioria. Ameaça real ou imaginária. E aí reside o medo. E se essa minoria é de algum modo invisível... O medo é ainda maior. E esse medo é a razão pela qual as minorias são perseguidas. Portanto, há sempre uma razão. A razão é o medo. Minorias são apenas pessoas. Pessoas como nós.(...)Vamos só falar sobre o medo. Afinal, o medo é o nosso verdadeiro inimigo.O medo está tomando conta do mundo. Está sendo usado como ferramenta de manipulação em nossa sociedade. É através dele que os políticos disseminam sua política. Que a Madison Avenue nos vende coisas que não precisamos. Pensem sobre isso.O medo de sermos atacados. O medo de que haja comunistas espreitando em cada canto. De que um país do Caribe não aceite nosso modo de vida e nos ameace. Medo que a cultura negra domine o mundo. Medo dos quadris de Elvis Presley. Bem, talvez esse seja um medo real. Medo de que o nosso mau hálito possa arruinar nossas amizades. Medo de envelhecer e ficar sozinho. Medo de ser inútil, de que ninguém se importe com o que temos a dizer.

(A Single Man - Tom Ford)